SINHÁ MARUCA:
- Shi! Que tanto puvaréu do apovoado! (pausa). Ai! Ai! Tô taum cansada! (pausa). Acho que vou me sentar um pouquinho para palestrear com vancês!(pausa) Disserto vancês não mi cunhecem. Eu sou a Maruca, do Maneco. (pausa) Vancês cunhecem o Maneco? O Maneco é um cara distimidu, levado da breca. Tudo quanto vício ruim o Maneco tem. Ele joga, bebe e fuma. E é por isso que o véio lá de casa não qué nem pur nada que eu case com o Maneco. Mas o Maneco e não deixo nem com água fervendo.
SINHÁ MARUCA:
- Ai! Ai! Tô taum feliz, porquê o Maneco disse que vinha me visitar hoje. Vou ver se ele está vindo!
(vai espiar para ver se alguém está chegando, coloca a mão na testa olhando para o horizonte).
SINHÁ MARUCA:
- Lá vem ele na incruziada!
(Maneco chega).
MANECO:
- Bom dia, Sinhá Maruca!
SINHÁ MARUCA:
- Bom dia, meu Maneco.
MANECO:
- Como vai esta frô?
SINHÁ MARUCA:
- Vai mucha de sodade! Ai! Ai! Tô tão preocupada. Sê o véio lá de casa vê a gente conversando...
(Maneco interrompe Sinhá Maruca e fala.)
MANECO:
- Qui véio, quar véio! Vim aqui te pedi em casório! Qués ou não qués?
SINHÁ MARUCA:
- De ti eu quero tudo, tudo!
MANECO:
- Então para comemorar nosso casório vamos cantar a musiquinha da nossa ardiola:
(os dois se abraçam e cantam a música).
SINHÁ MARUCA E MANECO:
- Quanto é bão viver no mato
Lá bem longe do horror
Lá não tem gente farsa
Mas gente de muito valor.
Se eles lá tem astromóveis
Nóis aqui temos carroças
Se eles lá tem bolos finos
Nóis temos rosquinhas da roça.
Eu não troco a minha vida
Pur de quarquer cidadão
Im prefere ser matuto
Sem ter dor no coração.
MANECO:
- Não é, Sinhá Maruca!
SINHÁ MARUCA:
- É, meu Maneco!
(Maneco da um beijo no rosto de Maruca e esta se mostra envergonhada diante do público).
Peça teatral ensinada a mim e minhas irmãs (Angelita, Anabel e Adriana) quando estávamos na escola, por minha mãe Anita Vieira Martins, que também já tinha apresentado a peça quando também estudava.